Hoje dá até pra rir da situação, mas à época não foi nada engraçado.
No dia 19 de novembro de 2016, quando mal havíamos cruzado a primeira fronteira, nosso amigo de quatro rodas decidiu nos deixar na mão.
Isso mesmo: o Papa-Léguas (ou talvez Coiote seja mais apropriado) enguiçou pela primeira vez com menos de 24 horas fora do Brasil. Havíamos iniciado a viagem de carro apenas 1.093 km antes, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.
Finalmente iniciar a longa viagem depois de tantos meses de espera traz um grande alívio e satisfação. Traz também um duro choque de realidade. A medida que o ponto de partida vai ficando para trás, os pequenos luxos do cotidiano – banho, internet, cama quente – tornam-se verdadeiros eventos. Por isso mesmo, talvez a melhor palavra para definir estes primeiros trinta dias na estrada seja adaptação. Continue lendo O primeiro mês na estrada→
Aproveitei a estadia na capital uruguaia para visitar o Clube Infantil de um bairro operário, onde meu amigo Santiago realiza trabalho voluntário. Foi uma experiência muito bacana! Alguns dos pequenos vivem em situações de risco, inclusive pedindo dinheiro nas ruas. Isso tornou o intercâmbio cultural que realizamos ainda mais válido. Continue lendo Visita ao Club de Niños do Bairro Peñarol, Montevidéu→
Escravos Ngolas, Benguelas, Congos e Nganguelas chegaram ao Uruguai a partir do século XVII. Com outros africanos cativos, criaram um ritmo que ainda hoje agita as ruas da capital Montevidéu. Deram-lhe um nome kimbundo: candombe. História desconhecida dos povos de Angola no outro lado do grande oceano.Continue lendo O candombe afro-uruguaio: “por quem os tambores chamam”→
Fray Bentos, Uruguai – Senti as energias renovadas ao deixar Montevidéu. Embora ainda houvesse uma desconfiança grande com o desempenho e custo de manutenção do Papa-Léguas, a estadia de 3 noites na capital uruguaia ao lado de amigos de longa data acalmou um pouco as angústias e receios do coração.
A programação do dia foi basicamente chegar a Fray Bentos antes do anoitecer, visitando Colônia do Sacramento no caminho. Isso significava cerca de 400 km de percurso.
Colônia do Sacramento, Uruguai.
Colônia do Sacramento, Uruguai.
Colônia do Sacramento, Uruguai.
O planejamento funcionou direitinho desta vez. Depois de uma rápida visita à história colônia portuguesa em pleno Rio da Prata (UNESCO) conseguimos chegar às margens do rio Uruguai no momento ideal. Foi mágico estacionar o carro no exato momento em que o Sol se escondia atrás da paisagem industrial da cidade (que diga-se de passagem, também é Patrimônio da Humanidade).
Logo em seguida, buscamos um lugar para montar acampamento. Isso não foi nada difícil. A cidade possui uma belíssima orla com área de camping gratuita. Só precisávamos mesmo cozinhar o jantar e recolher os utensílios antes de adormecer.
Ao final deste sétimo dia de Expedição Trotaméricas completamos exatos 1.903 km de distância percorrida: uma média de pouco menos de 300 km/dia. Apesar dos imprevistos, estamos dentro do cronograma.
Completando os primeiros 10 dias da viagem, pensamos em agradecer aos amigos que nos ajudaram até aqui e, automaticamente, surgiu a ideia de criar uma seção do site dedicada apenas às amizades de viagem.
A todos que aqui estão ou que, eventualmente, acabamos esquecendo de tirar uma foto, muito obrigado!
Estes últimos dois dias foram bastante tranquilos aqui na capital uruguaia. Estamos hospedados em Paso de la Arena, na casa do grande amigo e poeta Rodrigo “Cordoba” Mundini, aproveitando para revisar o carro e rever amigos.
Mesmo já conhecendo Montevidéu de outros verões, sempre é legal passear pelas ruas da cidade e visitar seus edifícios mais importantes. A cidade é muito fotogênica!
Mercado de Pulgas, em Montevidéu, Uruguai.
Mercado de bairro, em Montevidéu, Uruguai.
Praça Independência, Montevidéu, Uruguai.
Embarcações abandonadas no Porto de Montevidéu, Uruguai.
Monumento La Carreta, Montevidéu, Uruguai.
Torre de Comunicações (ANTEL), Montevidéu, Uruguai.
Mate uruguaio, com o termo (garrafa térmica) sempre embaixo do braço.
Entardecer no Rio da Prata, Rambla de Montevidéu, Uruguai.
Entardecer no Rio da Prata, Rambla de Montevidéu, Uruguai.
Também aproveitamos a estadia para ir até o Clube Infantil do bairro Peñarol, onde o amigo Santiago Iccardi realiza trabalho voluntário. Foi uma oportunidade incrível de conversar com as crianças sobre geografia e história.
Atividade com crianças do Club de Niños do Bairro Peñarol.
Atividade com crianças do Club de Niños do Bairro Peñarol.
Atividade com crianças do Club de Niños do Bairro Peñarol.
Amanhã vamos seguir viagem até Fray Bentos e de lá cruzar para a Argentina. Hora de aproveitar os últimos momentos com os amigos. Até mais!
Seguimos viagem costeando o litoral atlântico passando pelas Lagunas de Rocha e Garzón, pelo badalado balneário de Punta del Este e pela icônica Casapueblo do artista Carlos Páez Vilaró.
Laguna de Rocha, Rocha, Uruguai.
Laguna del Garzón, entre Rocha e Maldonado, Uruguai.
Feno, às margens da rodovia.
E em Montevidéu a recepção não podia ser melhor: Amigos, Churrasco e Fernet! Precisávamos mesmo uma boa notícia.
Vamos estacionar alguns dias por aqui para trocar o interruptor do Papa-Léguas e matar as saudades dos amigos uruguaios. Até mais!
Chuí, Rio Grande do Sul, Brasil – Acordamos com o Sol e uma bela paisagem que, na noite anterior, ficara escondida na escuridão. Foi uma sensação muito legal a de tomar café escutando pássaros, tomar banho cercado de árvores e começar o passeio do dia como que se adapta aos poucos a uma nova rotina.
Pela manhã, visitamos a praia de Barra do Chuí, que de certa forma é também o finalzinho da riograndina Praia do Cassino. Ali estão os molhes do Arroio Chuí, o farol e, a apenas alguns metros de distância, a República Oriental do Uruguai.
Aqui, Brasil. Ali, Uruguai!
Antes de carimbar o passaporte no país da Celeste Olímpica, providenciamos a Carta Verde – documento obrigatório para quem viaja de carro entre os países do Mercosul – e abastecemos o Papa-Léguas mais um vez, para evitar custo elevado dos combustíveis do lado de lá da fronteira.
Depois de cruzar a fronteira, visitamos o Forte de Santa Teresa e as praias de Punta del Diablo e La Pedrera. E no final de tarde chegamos em La Paloma para o primeiro grande perrengue da Viagem! Leia mais aqui!
Com os 187 km de hoje, já são 1.093 de aventura!
Forte de Santa Teresa, Rocha, Uruguai.
Punta del Diablo, Rocha, Uruguai.
Pernoite em frente aos Bombeiros de La Paloma, para onde empurramos o carro enguiçado.